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O Aeroporto de Guarulhos é Um Gigante Latino-Americano com Infraestrutura Deficiente

O Aeroporto de Guarulhos é Um Gigante Latino-Americano com Infraestrutura Deficiente

30/05/2025 09h31Atualizado há 4 meses
Por: wordpress
Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

O Aeroporto Internacional de São Paulo – Governador André Franco Montoro, popularmente conhecido

como Aeroporto de Guarulhos (GRU Airport), é o maior e mais movimentado da América Latina. Recebe

anualmente dezenas de milhões de passageiros, conectando o Brasil a centenas de destinos no mundo

inteiro. Mas por trás da imponência dos números, há um retrato de precariedade, má gestão e

desconforto crônico para quem utiliza o terminal — sejam passageiros nacionais ou estrangeiros. Apesar

de sua importância estratégica e econômica, Guarulhos é um exemplo de como a grandiosidade não

significa qualidade.

O GRU Airport conta com três terminais de passageiros (T1, T2 e T3), mal interligados, distantes entre

si e sem nenhum sistema eficiente de transporte interno. Passageiros que, por algum motivo, precisam

se deslocar entre os terminais acabam caminhando longas distâncias sem esteiras rolantes, sem

sinalização clara, e muitas vezes sem assistência. O Terminal 3, voltado para voos internacionais, é o

mais moderno, mas completamente isolado do Terminal 1, que serve voos domésticos e é o mais

precário. Não há trens, ônibus circulares dedicados nem sequer carrinhos elétricos, como é comum

em aeroportos internacionais de grande porte.

Em diversas áreas comuns do aeroporto, como banheiros, praças de alimentação e corredores, a higiene é

visivelmente negligenciada. Relatos de lixeiras transbordando, mau cheiro, sanitários sem papel ou

sabão e chão molhado não são raros. O contraste entre o design moderno de certas alas e a realidade suja

e desgastada de outras cria uma sensação de desorganização estrutural — como se cada parte do

aeroporto estivesse sob administrações diferentes, sem padronização de qualidade. Comidas e bebidas nos

terminais têm valores que beiram o escárnio. Um café simples pode custar até R$ 12,00, enquanto um

lanche básico ultrapassa facilmente os R$ 40,00. Isso torna o aeroporto um dos mais caros do mundo

para o consumo básico, afetando tanto turistas quanto passageiros de voos domésticos. Falta de

concorrência real e contratos comerciais mal equilibrados resultam em preços abusivos e pouca

diversidade de opções — em especial nos horários de madrugada ou nas áreas de embarque.

Outro ponto de crítica recorrente é o tempo de espera para retirada de bagagens, especialmente nos

voos internacionais. Passageiros aguardam mais de 40 minutos, em média, para que as malas comecem a

ser disponibilizadas nas esteiras, o que compromete conexões, translados e gera revolta. Não raro, os

sistemas de comunicação falham, e passageiros permanecem sem informação clara ou funcionários

disponíveis para esclarecer atrasos ou orientar sobre o processo. Os pontos de raio-X e detectores de

metais são insuficientes para o volume de passageiros que passa por Guarulhos. O resultado são filas

longas, lentas e estressantes, sobretudo em horários de pico, como início da manhã e final da tarde. Há

poucos canais dedicados a passageiros prioritários (idosos, com crianças, ou pessoas com deficiência),

o que agrava ainda mais a sensação de descaso.

Outro gargalo do aeroporto é sua distância do centro da capital paulista: cerca de 25 a 30 km, que

podem se transformar em mais de duas horas durante os frequentes engarrafamentos da Rodovia

Presidente Dutra e da Marginal Tietê. Embora exista um trem da CPTM que conecta o aeroporto à rede

ferroviária urbana (Linha 13–Jade), a ligação é lenta e exige baldeações, tornando-se pouco prática. Os

táxis e aplicativos, por sua vez, cobram valores altos, e o sistema de ônibus executivo é limitado.

Guarulhos deveria ser o cartão de visitas do Brasil para o mundo. Contudo, ao desembarcar, o que muitos

turistas e brasileiros encontram é um ambiente confuso, cansativo, caro e mal gerido. Enquanto

aeroportos como Doha, Dubai, Amsterdam e até Buenos Aires evoluem para oferecer conforto,

mobilidade e tecnologia aos passageiros, Guarulhos parece estacionado no tempo.

Em vez de ser um símbolo de orgulho nacional, o GRU Airport revela uma série de falhas estruturais,

operacionais e administrativas. A responsabilidade recai tanto sobre a concessionária GRU Airport,

que administra o local desde 2012, quanto sobre as autoridades públicas, que deveriam fiscalizar e

exigir padrões mínimos de qualidade.Um aeroporto desse porte precisa ser mais do que um grande

terminal de concreto: deve oferecer eficiência, conforto, higiene, preços justos e respeito ao

passageiro.A promessa de um Brasil moderno e acolhedor começa — ou termina — no aeroporto. E,

infelizmente, em Guarulhos, essa promessa está longe de ser cumprida.

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